Tarte de pastel de nata

em segunda-feira, 30 de setembro de 2019

tarte pastel de nata


tarte pastel de nata



Esta paragem de 2 meses no blog não estava prevista.  Peço desculpa a quem passa por aqui há espera de encontrar novas receitas. Agradeço-vos todos os mails e mensagens de preocupação, não vos expliquei o que se tinha passado porque ainda não conseguia escrever sobre isso.
Muito obrigada. A vontade de voltar ainda é pouca. Volto por respeito a vocês. Acho que vos devo isso. 
Esta ausência deveu-se a um dos golpes mais duros que a vida me pregou. A partida da minha mãe. Só quem já passou pelo mesmo consegue entender.
Com o aparecimento da doença vivi em sobressalto dois anos. Sempre que não estava com ela e o telemóvel tocava o meu coração quase parava. Teve dois longos internamentos. Confesso que no último em Abril que durou quase 8 semanas, cheguei a temer que não a ia trazer de volta para casa. Lutou e foi recuperando a pouco e pouco. Agora quando tudo indicava que estava bem, em segundos, estava ali inerte, sem responder a nada.
Achei que estava a ter um pesadelo, que a todo o momento ia acordar e que quando a minha mãe ouvisse o meu carro chegar vinha ao meu encontro.
Durante uma semana vivi como se estivesse a viver uma vida que não era a minha. Como se estivesse anestesiada.
A vida obrigou-me a acordar dessa letargia e começar a despertar. O despertar tem sido muito difícil. A dor é imensa. Agrava-se a cada dia. Dizem-me que o tempo vai ser o meu melhor amigo. Talvez. Por enquanto só tem agravado.
Mãe sei que partiste em paz. Foi tudo tão rápido que acredito que não tenhas sofrido. Isso dá-me algum conforto. Mas a tua ausência é dura, muito dura.
A nossa ligação era muito forte. Foste pai e mãe enquanto o pai esteve emigrado. Foste tudo para mim. Foste o meu primeiro amor.
Mesmo nos momentos de dor tinhas sempre um sorriso e uma palavra de agradecimento. Desculpa.  Tentaste ensinar-me isto tantas vezes e eu nunca aprendi. Desculpa.
A tua humildade. A tua simpatia. Desculpa mãe, nem sempre consigo ser como tu me ensinaste.
Amas-te-me e protegeste-me como ninguém. Ensinaste-me o que é o verdadeiro amor.
Foste a melhor mãe e avó que se pode ter. Tu eras amor e protecção. Uma dedicação aos outros sem igual. Os outros vinham sempre em primeiro lugar, só depois pensavas em ti.
Adeus mãe. Acredito que a nossa ligação vai muito além desta vida.
Perdi a minha mãe, mas ganhei um anjo da guarda.
Agradeço todo o apoio que tenho recebido da família, amigos/as e colegas. Tenho recebido apoio de pessoas que nunca imaginei. Obrigada. Para a minha neta que é a minha grande paixão, obrigada meu amor. Até as tuas birras e teimosias me têm aliviado deste tormento.
O bolo preferido da minha mãe era o pastel de nata. Esta receita é dedicada a ela.

Receita tirada da revista Tartes e Quiches da Teleculinária, edição nº 41. Tinha o nome de tarte de natas queimada. Depois de provar e achar que me sabia a pastel de nata foi o nome que lhe dei.

Ingredientes (forma de 25 cm)

Massa
1 ovo M
120 g de manteiga fria
200 g de farinha de trigo sem fermento
70 g de açúcar

Recheio
170 g de açúcar
8 gemas M
400 ml de leite
200 ml de natas para bater
1/2 vagem de baunilha
2 colheres -sopa- de amido de milho

Comece por fazer a massa.
Peneire a farinha com o açúcar, em monte, tipo vulcão para uma base de trabalho ou para a bancada.  Abra uma cavidade no meio e coloque o ovo. Junte a manteiga fria cortada em pedaços pequenos. Com as pontas dos dedos trabalhe todos os ingredientes até obter a consistência de areia. Faça uma bola com a massa, comprima para que fique com um círculo, para ser mais fácil de estender. Embrulhe em papel vegetal e reserve no frigorífico cerca de 15 minutos.
Entretanto prepare o creme.
Deite o leite, natas, açúcar, num tacho. Raspe a meia vagem de baunilha e junte as sementes. Bata as gemas e adicione. Junte o amido de milho e mexa para que se dissolva. Leve tudo a lume brando mexendo sempre, até engrossar e fazer ponto de estrada. Retire do lume e deixe arrefecer um pouco.

Pré aqueça o forno a 200º.
Entre dois bocados de papel vegetal estenda a massa e forre a tarteira. Apare os bordos e pique o fundo com um garfo.
Deite o creme na tarteira e leve a cozer 35 minutos, ou até estar dourada e com manchas queimadas.
Retire do forno. Deixe arrefecer um pouco. Passe a ponta de uma faca a toda a volta da forma para ajudar a desenformar.
Deixe arrefecer e desenforme. Pode servir a tarte ainda morna, mas tenha muito cuidado ao desenformar se estiver ainda quente. Tem tendência a partir e o creme escorrer um pouco.
Sirva em fatias, simples ou polvilhada com canela.

tarte pastel de nata




Nota: Pode ainda tornar esta tarte mais fácil, basta para isso usar massa areada de compra. Não sabe tão bem, mas facilita.
A massa tem muita manteiga por isso não untei a forma, desenforma bem.
A receita não indica a vagem de baunilha, acrescentei para lhe dar mais sabor. Pode substituir a vagem de baunilha por açúcar baunilhado, cerca de 10 g ou uma colher de café de extracto de baunilha. Podem também aromatizar com um pau de canela e ou casca de limão.

tarte pastel de nata


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